Encontrada em operações contra a venda de medicamentos emagrecedores comercializados de forma irregular em Goiás, a Retatrutide — novo fármaco que ainda está em fase de testes — surge com a promessa de ser ainda mais eficaz do que medicamentos como Ozempic e Mounjaro, oferecendo um efeito comparado ao da cirurgia bariátrica.
Desenvolvida pela farmacêutica Eli Lilly, a substância atua em três hormônios diferentes — GLP-1, GIP e glucagon — e é de aplicação semanal. Para se ter uma ideia, estudos preliminares da fase 2 apontaram que o medicamento demonstrou capacidade de redução de 24,2% do peso corporal no grupo que utilizou a dosagem mais alta (12 mg) em 24 semanas, resultado antes observado apenas após cirurgias bariátricas.
Apesar dos resultados animadores, a Retatrutide ainda se encontra na fase 3 dos ensaios clínicos, realizados nos Estados Unidos, que visam comprovar a segurança e a eficácia do medicamento em grupos maiores e por períodos mais longos.
Atualmente, o fármaco não possui aprovação da Food and Drug Administration (FDA) nem da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercialização. A expectativa é que a conclusão dos testes ocorra em fevereiro de 2026 e, somente após isso — caso os resultados sejam positivos —, a substância poderá ser liberada para venda.
Comercialização ilegal
Embora ainda não esteja disponível legalmente, Goiás tem enfrentado uma onda de versões falsificadas ou contrabandeadas da substância, vendidas sem qualquer controle sanitário a pessoas que buscam resultados rápidos a qualquer custo.
Em novembro deste ano, uma mulher chegou a ser presa por comercializar a substância de forma ilegal.
Na ocasião, o delegado Humberto Teófilo, responsável pela prisão, afirmou que a chamada “caneta emagrecedora” sequer possui registro no exterior e que a versão vendida em Goiás não tem garantia nem procedência.
“Quem está tomando isso são ‘cobaias’. Presta atenção: tudo o que vier falar de Retatrutide é falsificado”, afirmou o delegado.
Em alguns sites e plataformas, o valor da substância varia entre 160 e 320 dólares.
Vale destacar que a Anvisa já emitiu um comunicado informando que está proibida a importação, fabricação, distribuição, comercialização, propaganda e uso de medicamentos à base de agonistas do GLP-1 que não possuam registro no Brasil.


