Médica envolvida em sequestro de bebê volta a ser presa, suspeita de participação na morte de farmacêutica

Médica envolvida em sequestro de bebê volta a ser presa, suspeita de participação na morte de farmacêutica

Pouco mais de um ano após ser presa por sequestrar um bebê dentro de um hospital em Uberlândia, em Minas Gerais, a médica Cláudia Soares Alves voltou a ser detida por suposto envolvimento na morte de uma mulher. A prisão ocorreu na quarta-feira (05), durante uma operação da Polícia Civil de Goiás (PCGO).

Conforme as investigações, o crime aconteceu em 2020, também na cidade mineira, quando a vítima — que era farmacêutica — chegava ao local de trabalho por volta das 07h, momento em que foi surpreendida por um homem armado que lhe entregou uma carta e, em seguida, efetuou disparos. Ela morreu ainda no local.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Eduardo Leal, o crime teria sido motivado porque Cláudia havia se casado com o ex-marido da mulher, com quem a vítima tinha uma filha. A suspeita é que a investigada tenha tentado retirar o poder familiar da vítima para assumir a maternidade da criança.

Na época, de acordo com a autoridade policial, a farmacêutica chegou a proibir o ex-marido de permitir o contato da filha com a médica, o que teria motivado a separação entre Cláudia e o homem dois meses depois.

Para o delegado, diante da situação, Cláudia teria interpretado que, ao tirar a vida da vítima, conseguiria assumir o poder familiar da criança com mais facilidade. Para cometer o crime, ela teria contado com o apoio do vizinho e do filho.

Ao todo, foram cumpridos três mandados de prisão temporária, em Itumbiara, que podem ser prorrogados por mais 30 dias e convertidos em prisão preventiva.

Questionados, tanto a médica quanto os outros envolvidos confirmaram que estavam em Uberlândia no dia do crime, mas apresentaram um álibi posteriormente comprovado como falso.

Relembre o caso anterior

Em julho de 2024, Cláudia entrou na maternidade do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) e conseguiu sequestrar um bebê ao se passar por uma pediatra da unidade.

Na ocasião, o pai da criança, Edson Ferreira, contou que o crime ocorreu no momento em que a família havia deixado a sala e ido para o quarto. A suspeita, disfarçada, aproveitou a situação para entrar no local alegando que daria leite à recém-nascida.

“A médica falou que era pediatra e enganou todo mundo, desde os guardas até os profissionais lá dentro. Ela pegou a menina dizendo que iria dar leite para ela e foi embora. Foi muito rápido, não deu cinco minutos”, relatou ele.

Conforme as investigações, a mulher entrou na unidade vestida com o uniforme da instituição e perguntou aos funcionários onde ficava a maternidade. Após pegar a criança, entrou em um carro vermelho e fugiu.

O bebê foi levado até Goiás e encontrado em uma clínica em Itumbiara, da qual a médica é proprietária, depois de ter sido abandonado pela mulher, que tentou fugir.

De acordo com a PCGO, a médica tinha banheira de bebê e até uma piscina infantil dentro do automóvel. Ela alegou ter cometido o crime por estar sob efeito de remédios controlados. Na época, foi autuada em flagrante por sequestro qualificado.

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