O que deveria ser apenas uma reunião de negócios com um suposto cliente se transformou em momentos de terror para um advogado, que foi extorquido, ameaçado e torturado. O caso ocorreu na manhã da última terça-feira (16), em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia.
Em entrevista ao Balanço Geral, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – subseção Trindade, Gleidson Emanoel de Araújo, relatou que o crime teve início após a vítima receber uma ligação de um dos suspeito, que alegou interesse em contratar os serviços dele.
Na sequência, o advogado se deslocou até a residência indicada. No local, ele encontrou três indivíduos, entre eles o ex-marido de uma antiga cliente, com quem o profissional havia vencido uma ação judicial no valor de R$ 170 mil.
Segundo a OAB, tratava-se de uma emboscada. Os suspeitos mantiveram o advogado em cárcere privado, fizeram ameaças e o submeteram a agressões físicas. Ainda de acordo com o relato, os criminosos portavam facas e pedaços de madeira, além de afirmarem que estavam armados e que matariam tanto a vítima quanto seus familiares.
Os suspeitos também obrigaram o advogado a se deslocar até um cartório de registro de imóveis da cidade, onde tentaram forçá-lo a assinar um documento que caracterizaria uma suposta confissão de dívida no valor de R$ 600 mil. Durante a ação, a vítima passou mal e desmaiou no local, o que chamou a atenção de funcionários do cartório, que acionaram o socorro.
O advogado foi atendido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado ao Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), onde permanece internado em decorrência das lesões. Os suspeitos fugiram após o acionamento do atendimento de emergência.
Ainda conforme Gleidson Emanoel de Araújo, o advogado nunca teve contato direto com o ex-marido da cliente, que está em processo de separação. O suspeito teria atribuído à vítima a derrota na ação judicial.
“Ele partiu para cima do advogado com a intenção de extorqui-lo, exigindo valores incompatíveis com o processo”, afirmou. O contrato firmado entre o advogado e a cliente previa honorários de R$ 170 mil.
O caso será investigado pela Polícia Civil.


