Chaminés da fada: saiba tudo sobre formação geológica rara de Goiás descoberta pela primeira no Brasil

Pela primeira vez no Brasil, foram descobertas as chamadas “chaminés de fada” — formações geológicas raras que consistem em torres de rocha sustentadas por pedras arredondadas no topo. O tesouro geológico fica em uma área particular, em uma fazenda no município de Campos Belos, no Nordeste goiano. O local ainda não está aberto à visitação.

A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG). No momento, estão sendo realizados estudos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para que a área se torne uma unidade de conservação.

“O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) já fez uma avaliação preliminar para que a área se torne uma unidade de conservação. Esse passo é importante para que possamos preservar as formações rochosas. O turismo precisa ser sustentável. Venho discutindo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semad) um projeto para desenvolver a região, que fica próxima à Terra Ronca”, pontua o presidente da Goiás Turismo, Roberto Naves.

Uma visita de técnicos da Goiás Turismo ao local foi realizada na quinta-feira (09), com o intuito de obter mais informações e documentar a paisagem. De acordo com o turismólogo Luciano Guimarães, que integra a equipe, o local ainda não pode ser considerado um ponto turístico.

“É preciso investir em acessibilidade, sinalização, hospedagem, alimentação e guias capacitados. Só com essa estrutura é que o atrativo pode ser comercializado”, explica.

Comuns na Turquia, as formações chegam a mais de três metros de altura. Elas possuem uma camada de rocha mais dura no topo, enquanto a parte inferior é mais frágil e foi escavada por um rio que passava pelo local há milhares de anos.

Ao jornal Folha de S.Paulo, a geóloga Joana Paula Sanchez afirmou que poucas regiões do mundo possuem estruturas tão grandes como as descobertas em Goiás, e que o processo de formação é chamado de erosão diferencial.

“Elas precisam de um contexto muito específico para existir. Tamanhos assim são bastante raros, ainda mais espalhados por uma área grande. […] É necessário que exista uma rocha mais dura depositada sobre outra mais frágil, que erode facilmente”, salienta.

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