Enquanto um banho de sol pode representar um momento de descanso para alguns, a atitude é evitada a todo custo por moradores de Araras, no município de Faina, em Goiás, que convivem com Xeroderma Pigmentoso (XP) — condição genética rara que torna a pele extremamente sensível ao sol e aumenta o risco de câncer de pele em até dez mil vezes.
Segundo a Associação Brasileira de Xeroderma Pigmentoso (AbraXP), a localidade possui a maior taxa de incidência da condição no mundo, com um caso para cada 40 habitantes. O número elevado é atribuído à herança genética e ao histórico de casamentos entre familiares na região.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o XP é uma condição que torna a pele extremamente sensível à radiação ultravioleta (UV), provocando lesões e tumores precoces, além de impedir o corpo de reparar os danos causados.
O Xeroderma Pigmentoso não tem cura, podendo reduzir a expectativa de vida dos pacientes. A doença afeta principalmente as áreas do corpo mais expostas ao sol, como a pele e os olhos. Em alguns casos, pessoas com XP podem apresentar envolvimento neurológico, embora isso seja raro.
A condição não é contagiosa, e os portadores podem manter interação social e frequentar ambientes públicos, desde que adotem proteção solar extrema.
As lesões costumam aparecer nas áreas expostas à luz solar e, normalmente, surgem nos primeiros anos de vida. Entre elas estão o aumento de sardas, manchas esbranquiçadas em formato de “confete” e sensibilidade à luz. Nos casos de dano solar, é possível que o quadro evolua para lesões pré-malignas (queratoses actínicas) e malignas (câncer de pele).
Além disso, os portadores podem apresentar maior incidência de tumores sistêmicos. O tratamento é realizado por meio da remoção de eventuais tumores e de terapias tópicas com medicações apropriadas.


