A pesquisa “Floresta do Pó”, realizada pelo Instituto Fogo Cruzado, indica que Goiás possui 125 laboratórios clandestinos de cocaína, sendo o estado com a maior quantidade registrada em todo o Brasil. O estudo foi organizado pela Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas e pela Drug Policy Reform & Environmental Justice International Coalition, com apoio de outras organizações.
O levantamento analisou dados públicos obtidos junto às forças de segurança estaduais (Polícias Militar e Civil) e federais (Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal), além de informações coletadas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Também foi utilizado um algoritmo responsável por catalogar os registros de operações policiais e classificá-los conforme os termos utilizados nos relatórios, como “processamento de drogas” e “laboratório de refino”.
De acordo com o estudo, o número registrado em Goiás é quase três vezes maior que o contabilizado no Amazonas, que ocupa a segunda posição, com 42 laboratórios.
Além da quantidade, o levantamento também categorizou os laboratórios conforme a função — refino ou adulteração/“engorda” — e de acordo com a escala de produção: atacado (grande escala) e varejo (abastecimento local).
Do total, 44 laboratórios goianos possuem alta capacidade produtiva, acima de 20 quilos. Desses, 20 são destinados ao refino e 24 à adulteração.
Ao Jornal Opção, o secretário de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), Renato Brum, reforçou que os laboratórios citados no estudo, em grande parte, correspondem a estruturas já desmanteladas pelas forças de segurança estaduais.
