Avaliada em cerca de R$ 25 mil, uma série de mobílias doadas pela Fundação Bienal de São Paulo ao Museu de Artes Plásticas de Anápolis (Mapa) desapareceu da instituição em Goiás. Diante da situação, a Prefeitura da cidade está sendo acusada de ter descartado os itens.
Conforme apurado, 26 peças semelhantes às utilizadas no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) foram enviadas após a 34ª Bienal de São Paulo, que marcou o 70º aniversário da mostra. Todo o conjunto fez parte do mobiliário da exposição paulista e foi cedido à instituição goiana.
A denúncia, feita pelo ex-coordenador do museu, Paulo Henrique Silva, aponta que, durante uma visita realizada em 24 de outubro, foi constatado que parte do mobiliário havia sido “simplesmente descartada ou entregue a quem quisesse levar para casa”.
“Mesmo ciente do valor e da importância desses equipamentos, a gestão que conduzia a instituição no primeiro semestre deste ano optou pelo descarte sob o argumento de ‘liberar espaço’. Segundo relatos de servidores ainda lotados no museu, houve alertas internos que foram ignorados. Estima-se um prejuízo de aproximadamente R$ 40 mil — valor que representa não apenas o custo material, mas também o desrespeito à memória e ao patrimônio público das artes”, declarou.
Inicialmente, a Prefeitura de Anápolis negou ter recebido os móveis, alegando que a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo não encontrou qualquer documento, termo de doação ou registro que comprovasse a entrega ou existência das peças.
No entanto, a Fundação Bienal confirmou o repasse por meio de um contrato firmado em 2022, o que levou à abertura de uma investigação.
“Caso seja comprovada alguma falha, os responsáveis terão que ressarcir eventuais danos causados”, informou a prefeitura em nota.
