MP-GO desmonta rede de lavagem do Comando Vermelho em Goiás que usava empresas de fachada e contas de adolescentes

Uma operação realizada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), deflagrada na manhã de terça-feira (18), desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro da facção Comando Vermelho (CV), que se infiltrou em empresas de fachada e envolveu até mesmo contas bancárias de dois adolescentes, de 12 e 14 anos.

Conforme o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), as investigações tiveram início há cerca de um ano, após quebras de sigilo e análise de um grande volume de transações ligadas a membros do CV envolvidos com o tráfico de drogas.

Denominado Cifra Vermelha, o esquema era liderado por um casal responsável por comandar o núcleo financeiro da facção em Goiás. A dupla se aproveitava da influência para abrir empresas “laranjas” e movimentar valores que chegavam aos milhões de reais.

Segundo a apuração, o grupo utilizava essas empresas para receber, ocultar e redistribuir dinheiro vindo das atividades criminosas. Centenas de pessoas ligadas ao CV usavam os comércios para movimentar valores, ampliando a pulverização do dinheiro ilícito e dificultando o rastreamento.

Além disso, segundo o MP-GO, o casal utilizava contas bancárias em nome dos filhos, na tentativa de disfarçar as movimentações do dinheiro proveniente do tráfico.

Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, além de sete ordens de prisão preventiva e temporária nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Palmeiras de Goiás. Também foi determinado o sequestro de R$ 28,1 milhões e de veículos pertencentes aos investigados — todos apontados como membros da facção.

Um contador — responsável pela criação de empresas falsas — também foi preso durante a operação.

Além das prisões, foram apreendidos documentos e dispositivos eletrônicos. Agora, o MP-GO espera identificar outros envolvidos no esquema.

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